Assembleia Geral 2012
Mesa da Assembleia Geral
Presidente: Luís Henrique Grave Rodrigues
1.º Secretário: Onofre Martins Varela
2.º Secretário: Palmira Maria Martins Ferreira da Silva
Direcção:
Presidente: Alfredo Carlos Barroco Esperança [Telef.: 917322645]
Vice-Presidente: Ludwig Krippahl
1.º Secretário: Raul Pereira
2.º Secretário: Ricardo Pina Schiappa de Carvalho
Tesoureiro: Leopoldo Esperança Pereira
1.º Vogal: Eduardo Maria Costa Dias Martins
2.º Vogal: Sónia Marques Benite
Suplentes:
1.º Vogal: Vítor Santos
2.º Vogal: Manuel Diogo Azevedo Marques
3.º Vogal: Alexandre Lopes de Castro
Conselho Fiscal
Presidente: Ana Maria Marques Alves Lecercle Sirvoicar Rodrigues
Relator: João Vasco Ribeiro Ferreira Gama
Secretário: Guilherme Elísio Rodrigues Tralhão
Suplentes:
1.º Vogal: Armando Augusto Alves Martinho
2.º Vogal: Jaime Alberto do Couto Ferreira
2 – Proposta de atividades para o biénio 2012/2014
– Defender o feriado do 5 de outubro;
– Combater a Concordata, cuja denúncia é um imperativo democrático;
– Denunciar ao Provedor de Justiça a situação privilegiada dos professores de Religião;
– Manifestações de oposição à participação das Forças Armadas e policiais, fardadas e pagas, em manifestações pias;
– Combater as capelanias hospitalares, prisionais e militares;
– Promover conferências e colóquios sobre o ateísmo e a laicidade, bem como aceder a convites para esse efeito;
– Elaborar comunicados à medida que os princípios legais forem postos em causa para benefício do clero ou das suas religiões particulares;
– Vigiar os atropelos e estimular as medidas que contribuam para a laicidade do Estado e a secularização do país, tendo como referência a República francesa;
– Comemoração do 5.º aniversário da AAP em Coimbra (mês de maio);
– Solidariedade com todas as associações que defendam a laicidade, a secularização e o livre-pensamento;
– Criar condições para a realização do 1.º Congresso Ateísta Português.
3 – Mensagem aos sócios presentes:
Mensagem no 4.º Aniversário da AAP
Ao comemorarmos o 4.º aniversário da Associação Ateísta Portuguesa (AAP) saúdo todos os sócios, ateus e ateias que vieram ou não puderam vir, agnósticos, racionalistas e todos os livres-pensadores, especialmente os que vivem em países onde são excluídos, perseguidos e mortos pelo fanatismo das teocracias ou marginalizados pelo poder, onde as religiões se infiltraram no aparelho do Estado. Neste caso, estendo a solidariedade aos crentes das religiões minoritárias, igualmente vítimas das religiões dominantes.
Em Israel, com os judeus das trancinhas à Dama das Camélias, o sionismo espalha a violência e a morte na Faixa de Gaza; nos EUA o protestantismo evangélico ganha força e restringe as liberdades; em África assiste-se a um duelo mortal entre o islamismo e protestantismo evangélico; no norte de África a primavera árabe caminha para a sharia e, enquanto na Grécia a Santíssima Trindade preside aos atos políticos, por intermédio do clero ortodoxo, a Turquia reislamiza-se perigosamente e muitos países são vítimas do fascismo islâmico. Os monoteísmos são detonadores de guerras, mas o islamismo e o cristianismo digladiam-se na imposição das suas superstições e mentiras à escala planetária.
Em Portugal a Constituição é letra morta quando se trata de cerimónias de Estado, quase sempre assistidas por dignitários católicos, embrulhados nas vestes talares, em lugares de evidência. As procissões e outros atos pios são abrilhantados pelos cavalos da GNR e pelas forças policiais e militares dos diversos ramos à custa do erário público. Em época de eleições não faltam excursões a Fátima promovidas e pagas pelas autarquias.
Os professores de Religião católica são nomeados discricionariamente pelos bispos e pagos pelo Estado, contando o tempo para progressão na carreira de uma disciplina para a qual tenham habilitações e, assim, ultrapassarem colegas mais classificados.
O feriado do 5 de outubro, data emblemática do regime e da separação da Igreja e do Estado, foi suprimido em conluio com a Igreja católica, a única que acrescenta aos 52 domingos que já tem, os únicos feriados religiosos que existem e gozam de igualdade perante os feriados cívicos.
Enquanto a Irlanda suprime a embaixada do Vaticano, Portugal mantém, a cem metros da Italiana, outra, que não cabe no bairro de 44 hectares onde está acreditada. A pobreza e o desemprego fazem com que a Igreja católica readquira o poder perdido, infiltrando-se nas áreas da educação, assistência e saúde, com o poder crescente das Misericórdias.
Cabe à AAP lutar para que, neste período de crise, o IMI e o IRC seja estendido às instituições da Igreja, com exceção dos edifícios destinados ao culto. Os privilégios de que goza são uma ofensa à laicidade e uma fonte de iniquidade, muitas vezes de concorrência desleal, com colégios, lares, hospitais, universidade, editoras e outros estabelecimentos comerciais isentos de impostos.
Cabe à AAP defender a igualdade dos cidadãos perante a lei e a laicidade do Estado, respeitando os crentes e combatendo o poder das religiões, rumo a uma sociedade onde as crenças particulares não interfiram nos assuntos de Estado. É o nosso objetivo, a bem da paz, do progresso, da cidadania e da secularização de Portugal.
Bom almoço. Vale mais um bom almoço do que a última ceia. Saudações ateístas.
Coimbra, 26 de maio de 2012 – Carlos Esperança