AAP preocupada com condições precárias para os voluntários da Jornada Mundial da Juventude

Comunicado da Associação Ateísta Portuguesa

31 de janeiro de 2023

Associação Ateísta Portuguesa alerta a Igreja Católica para as condições precárias a que serão submetidos os voluntários da Jornada Mundial da Juventude

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) tomou conhecimento pela comunicação social que os voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) terão de pagar para exercer voluntariado nesse evento da Igreja Católica, em valores que variam entre os 30 e os 145€. A notícia já foi confirmada como verdadeira pelo Polígrafo, plataforma de verificação de factos.

Atendendo a que:

1. a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) é uma religião com património material e financeiro bilionário, a nível global;
2. que o evento está a receber donativos de crentes e de empresas;
3. que também está a receber dinheiro do governo e das autarquias;
4. que, por conseguinte, a ICAR, organizadora do evento, não só não tem falta de dinheiro, como o tem em abundância;
5. que o voluntariado é uma atividade nobre dado que representa a entrega do tempo de cada pessoa em prol de um projeto em que se acredita;
6. e que normalmente as entidades que recrutam voluntários dão condições dignas a quem se entrega à causa, uma vez que beneficiam desse apoio;

A AAP vem por este meio apelar à ICAR que pondere melhor essa decisão, que se encontra desfasada de uma realidade em que os jovens passam dificuldades financeiras no seu dia-a-dia. Assim, a AAP vem propor que à ICAR que:

1. os voluntários não tenham de pagar nada;
2. que seja fornecida alimentação e bebida gratuita aos voluntários.

A AAP vê com muita preocupação a ICAR praticar o pior do capitalismo selvagem, pedindo aos seus seguidores que paguem para trabalhar. Queremos acreditar que essa foi uma medida irrefletida da ICAR e que não terá sido uma tentativa deliberada de acumular dinheiro às custas do seu rebanho, até porque isso seria avareza. É claro que a avareza “não é crime, mas é pecado” aos olhos da Igreja.

Assim, a AAP pede à ICAR que trate os seus voluntários com dignidade e com responsabilidade social.

Este comunicado será remetido à Conferência Episcopal Portuguesa e disponibilizado publicamente no website da nossa associação.

João Lourenço Monteiro

Presidente da Associação Ateísta Portuguesa